Peru - de Lima até Machu Picchu - dicas e roteiro
- Marcia Diniz
- 29 de dez. de 2019
- 14 min de leitura
Atualizado: 16 de mai. de 2023
Já havia estado em Machu Picchu em 2009 mas tinha muita vontade de rever aquelas abençoadas montanhas banhadas pelo sol reluzindo nas matas mais verdes que já conheci. Foi meu grande encontro com a mãe natureza, Fui inundada pela energia positiva e o ar puríssimo.
Na ocasião, chegamos na Bolívia cruzando a Cordilheira dos Andes a bordo do Trem da Morte até Santa Cruz de la Siera, depois seguimos para Sucre, Salar de Uyuni, La Paz e Copacabana antes de atravessar a fronteira do Peru. Em Cusco decidimos que iriamos para Machu Picchu pela trilha Inca Jungle. A experiência foi muito sofrida devido ao improviso de nossa mochila e à má condição física para enfrentar a grande altitude, nas intensas subidas em trilhas estreitas margeando montanhas. Desistimos quando chegamos em Santa Tereza. Lá embarcamos no trem para Águas Calientes. De lá seguimos no primeiro ônibus do dia seguinte para Machu Picchu.
Dez anos depois, a opção foi viajar de avião, deslocar na cidade em táxi, boa comida em restaurantes e hotéis com calefação.
Que tipo de moeda levar: Dólar x Real x Cartão de Crédito: As operadoras de cartão de credito aplicam na conversão do Novo Sol para o dólar equivalência de S$ 3,20 x U$ 1,00 e ainda cobram taxa de serviço de 3,5%. Quando somamos os 6% de IOF cobrados no Brasil, achei que compensava utilizar o cartão para pagamento pagamento em Soles. Na fatura do cartão, a conversão do Novo Sol para o Real foi realizada ao cambio de S$ 1,28 para cada real mais 6% de IOF. Nas casas de Câmbio de Lima, o Real era vendido por S$ 0,75 e o Dólar por S$ 3,35. O melhor mesmo teria sido levar dólares e pago em dinheiro.
A dica é pesquisar na internet “cambio del real em Peru” e “cambio del dólar em Peru” pois o resultado e bem diferente daquele encontrado no site do BACEN.
Quando compramos as passagens, consideramos a ocorrência de cancelamentos frequentes dos voos no aeroporto de Cusco em função do mal tempo. Demos preferência aos voos ponto a ponto da LATAN, se houvesse fechamento do aeroporto em Cusco, a própria empresa se encarregaria de reprogramar nossas conexões até o destino. E foi o que ocorreu, o voo Cusco-Brasília com conexão em Lima e São Paulo foi cancelado e remarcaram um voo saindo de Cusco mais tarte com conexão em Santiago, no Chile, Porto Alegre e por fim Brasília.
Chegamos em Lima, no Peru, numa segunda feira, cerca de 11:30 da noite, e ficamos hospedados no Larcomar apartamento lujo, localizado próximo ao cruzamento das Av. Jose Larco e a 28 de Julio, e 10 minutos caminhando até o shopping Larcomar. O motorista do carro mandado pelo proprietário do apartamento nos esperava no saguão do aeroporto – foi muita comodidade pelo valor de U$25,00 – compensou- o "táxi oficial" é cruel com os turistas na chegada: 50 dólares até Miraflores ou San Isidro.
Sempre que saíamos, consultava o preço do UBER e depois algum taxi passando pela rua, não diferia muito.
No dia seguinte, após o café da manhã, resolvemos ir ao Shopping. Trocamos U$100 por nuevos soles numa casa de câmbio da avenida Jose Larco, bem próximo ao hotel. Encontramos muitas ofertas de final de estação e fizemos umas comprinhas. Almoçamos no Chicha de la Lucha uma bela perna de frango com batatas fritas e salada. Sendo a primeira vez que comíamos no peru, adoramos o frango bem temperado e assado, as batatas fritas douradas e macias, com casquinha crocante (S$25 soles por pessoa).
Voltamos ao hotel para uma soneca e a tarde fomos caminhar no Malecón de Miraflores - o magnífico parque costeiro instalado no topo das falésias de Lima, formado por 15 parques contíguos ao longo de 5 quilômetros. Em comum entre todos, a jardinagem impecável, a ciclovia, o passeio de pedestres e a vista permanente para o Pacífico.
Caminhamos desde o Shopping até o Parque del Amor, onde fica a escultura mais fotografada de Lima "O Beijo", de Victor Delfín. No caminho passamos por belos jardins, cruzamos a Puente Mellizo, sobre o vão do canal que dá acesso ao Circuito das Playas e avistamos o Rosa Náutica – uma grande referência em restaurantes à beira-mar em Lima. Fica sobre a água, ao final de um bonito píer de madeira. Mais um pouco e teríamos alcançado o parque Mar Reiche, com seus jardins que recriam as linhas de Nasca e o Farol da Marina, preferimos ir conhecer o Circuito Mágico del Água.
As fontes de Lima são interativas e as águas dançam ao som de música clássica. Passeamos pelo parque e apreciamos a garotada brincando nos vãos entre os jatos de água da fonte, todos já molhados apesar do frio intenso. Esperamos para ver o show holográfico na Fonte da Fantasia, repetido 3 vezes por noite: 7:15 p.m. - 8:15 p.m. - 9:30 p.m. O parque é aberto de 3ª a dom, das 15h-22h30 – ingresso custa 4 soles. Achamos o lugar bastante romântico.
Na quarta-feira, logo cedo fomos para a Plaza Mayor - É o local de refundação da cidade, em 1535, pelo conquistador Francisco Pizarro (o lugar já era povoado antes da chegada dos espanhóis).
Lá estão a Catedral de Lima, o Palácio Arquiepiscopal (1922) vizinho à catedral e na calçada oposta, o Palácio de La Unión (1942) e o Palácio Municipal (1944); na quadra lateral, o Palácio do Governo (1938) e o Arcebispado. Antigamente foi local de casas de simples comércio, de touradas e execuções. Foi na Plaza de Armas também onde aconteceu a proclamação da Independência do Peru. Admiramos as belas fachadas e fotografamos. Não animamos entrar nos prédios.
Almoçamos no Bar e Restaurante Cordano, fundado em 1905, na esquina do Palácio do Governo. O lugar já recebeu praticamente todos os presidentes do país e ganhou as páginas da Vogue EUA, quando Mario Testino fez ali um ensaio fotográfico para a revista. O chão de azulejo, os balcões e armários de madeira escura, é um retorno no tempo. Comemos um delicioso e apimentado arroz com frutos do mar.
Continuando na calçada da Catedral e do Palácio Arquiepiscopal em direção ao fim da rua, virando à direita no jirón Ancash e chegamos no Museu & Catacumbas do Convento São Francisco, fundado em 1546 e reconstruído pela última vez em 1642. A grande atração são as catacumbas, onde os limeños faziam questão de ser enterrados para estar mais perto de Deus, e que funcionaram até 1810 - visitação de 9h às 20h15 - ingresso custa 15 soles. A Basílica está aberta de 07:00 às 11:00 e 16:00 às 20:00. O Convento está aberto diariamente de 9:00 às 17:45.
Na saída do convento, está o Parque da Muralha, debruçado no rio Rímac. A muralha foi construída pelos espanhóis para proteger a cidade de ataques piratas ou invasões inimigas. A cidade, enquanto colônia espanhola, era toda cercada pela muralha e, por isto, até hoje o nome do distrito é Cercado de Lima, área que abrange a antiga muralha.
Preocupados com o trânsito bastante congestionado a partir das 17:00, voltamos para Miraflores e fomos comer o famoso sanduíche do Chicha de la lucha – carne de porco e salsa criolla.
Na quinta feira fizemos uma visita guiada ao Barranco – bairro boêmio de Lima, lar da comunidade artística, que vive em antigos edifícios e perambula por antiquários e exposições. A visita guiada grátis é organizada em um Centro de informações ao turista (799, Av Larco esquina com San Martin). Ao final do passeio, os guias pedem uma colaboração de S$30,00 por pessoa. A tarde fomos ao Mercado Indio's (av. Petit Thouars; aberto diariamente das 10h30 às 21h) – com rico acervo de artesanato típico do Peru.
Não visitamos alguns lugares em Lima que deixo listados para uma próxima vez
1 - Convento de Santo Domingo - Fundado em 1535 e reconstruído pela última vez em 1746 visitação 9h30-18h – 10 soles.
2 - Museo Bodega y Quadra - aberto em 2018. Conta a história de Lima como capital do Vice-Reinado e como colônia, além de um sítio arqueológico e o próprio passeio pela casa, já encanta.
3 - Casa Aliaga - A mansão é a casa mais antiga da cidade e, sempre pertenceu à mesma família. O local foi dado, por Pizarro, a Jeronimo de Aliaga. A visitação acontece somente através de agendamento.
4 - Jirón Ica Ucayali - a rua com as fachadas mais bonitas do centro, com dezenas de mansões, o Palácio Torre Tagle, diversos balcões, pátios internos, grades de extrema beleza. Nesta rua também está a Casa Aspillaga, que hoje é um centro cultural e sempre tem interessantes exposições gratuitas.
5 - Plaza San Martín. Com sua arquitetura maravilhosa dando acesso aos famosos Teatro Colón e o Grand Hotel Bolivar, que serve o melhor pisco da cidade.
6 - Começar o dia com uma caminhada pelo Bosque El Olivar, localizado no coração de San Isidro. E um bosque com 1.500 oliveiras remanescentes da fazenda San Isidro. No início do século XX, a área foi loteada e construíram-se casarões elegantes nas bordas do parque, incorporando o verde a seus jardins -- o que deixa o lugar ainda mais charmoso.
7 - Museu Larco (av. San Martín, 1090, Pueblo Libre). - Instalado num palácio do século 18, revela a evolução da civilização no Peru até o breve período em que os incas unificaram os Andes sob seu império. O acervo é dividido em galerias por material -- ouro, prata, têxteis, cerâmica. 9h às 22h - 30 soles e 25 soles.
8 - Mercado de Surquillo (Av. Paseo de la República; aberto diariamente das 6h às 16h; combinado com um almoço no La Picantería (Francisco Moreno, 388; abre de 2ª a sábado das 11h às 17h);
Na sexta-feira, dia 18/10, viajamos para Cuzco.
Cusco foi a capital do Império Inca. Uma vertente da filologia sustenta que 'Qosqo', seu nome original, significa 'umbigo do mundo' em quêchua. De fato, Cusco se localiza no ponto de cruzamento de dois eixos imaginários que dividiam o império inca em quatro 'suyu' -- ou regiões, cada uma compreendendo um dos pontos cardeais do mundo andino.
Os conquistadores espanhóis dominaram os incas com armas desconhecidas no Novo Mundo: cavalos, armaduras, canhões e -- talvez a mais efetiva de todas -- varíola. A Cusco inca foi posta abaixo -- e seu ouro, derretido e enviado à Europa. Restaram apenas o traçado urbano e as fundações de alguns edifícios (o mais importante deles, o Qoricancha, ou Templo do Sol). Por sobre a capital devastada os espanhóis construíram a mais rica das cidades coloniais da América do Sul, com igrejas cristãs no lugar dos templos e lugares sagrados dos incas.
Logo na chegada em Cusco, senti muita tontura depois de ter acelerado o passo para me desvencilhar das pessoas na saída do avião. Seguimos para o hotel Cusco Bed & Breakfast, separado do centro histórico pelo Arco de Santa Clara, quase em frente ao Mercado de San Pedro. Quarto pequeno mas bastante confortável, com frigobar, aquecedor e cafe da manhã inclusos. Administrado por uma família, muito atenciosas e delicadas no trato com os hospedes.
Precisávamos descansar urgente, aos 3.399 metros de altitude, o soroche nos deixou zonzos e com dor de cabeça, muito cansaço e peso nas pernas. Abusamos do chá de coca neste dia.
Depois do almoço fomos até a Praça das Armas pesquisar os pacotes turísticos disponíveis. O primeiro agente que nos abordou pediu que o seguíssemos até o escritório, uma sala no segundo andar de um edifício, sem identificação da agencia visível. Era apenas uma mesa e três cadeiras para acomodar o corretor e os clientes. Desconfiados da quantidade de brindes oferecida e da pressa em ver nossos passaportes e receber o sinal, deixamos para fechar o negocio no hotel e ele, sem outra alternativa, concordou ir ao nosso encontro as 19:00. Passamos em outras agencias e o preço do pacote para Machu Picchu era praticamente o mesmo, mas sem os brindes e com hotel por nossa conta.
Quando retornamos ao hotel estávamos exaustos. Nos disseram que o chá de folhas coca secas, oferecido pelo hotel, não era muito eficiente. O melhor era mascar as folhas verdes. Meu marido ficou deitado e eu fui ao Mercado Central de San Pedro comprar folhas de coca frescas. Aproveitei para ver os milhos e tubérculos e frutas que só existem no Peru. Tem setores distintos para cada especialidade. Voltaria outro dia para ver tudo.
Pesquisei no Google o nome da agencia e a avaliação. O resultado não nos agradou: a avaliação ruim (apenas uma estrela) e alguns comentários negativos. Decidimos não fechar com ele. Quando ele passou no hotel, meu marido explicou nossas razoes para não fechar a compra e se desculpou pelo incomodo.
Mandamos uma mensagem para um agente que nos havia sido recomendado pelo nosso anfitrião em Lima e combinamos uma visita ao hotel na manhã seguinte.
Não queríamos arriscar perder nosso dinheiro pois não teríamos tempo para reclamar ressarcimentos quando regressássemos para Cusco, nosso voo para o Brasil estava marcado para o dia seguinte. Pagamos U$250,00 por pessoa no pacote Machu Picchu e mais S$90,00 por uma diária no Hotel Paititi.
Se tivéssemos comprado direto no site das empresas (trem até Pueblo Machu Picchu https://zonasegura.incarail.com/itinerario/buscar, Ônibus subida até Machu Picchu http://consettur.com/reservas/ e o Ingresso https://www.ingressomachupicchu.com/) teríamos gasto praticamente o mesmo valor e ainda teríamos que pagar IOF de 6% da compra no cartão e contratar um guia na entrada de Machu Picchu porque não deixam os visitantes entrarem sozinhos.
É possível visitar Machu Pichu como um bate-volta desde Cusco. Os trens saem da estação de Poroy, a 18 km e 25 minutos de carro da Plaza de Armas. O trajeto de trem leva 2h50 pela InkaRail e 3h20 pela PeruRail (é necessário comprar a passagem com antecedência). Não há guarda volumes em Poroy, deixe as malas no hotel em Cusco.
Nosso roteiro previa visitarmos os sítios arqueológicos em Cusco e Vale Sagrado antes de ir a Machu Picchu. Ele nos ofertou um city tour pela cidade na tarde daquele dia e compramos por 80 soles cada, um pacote para o circuito turístico Valle Sagrado de los Incas numa van com 18 pessoas com almoço incluído.
Compramos o Boleto Turístico General, à venda na COSITUC por 130 soles, que dá direito a visitar sítios de três circuitos num prazo de 10 dias a partir do primeiro uso.
Depois de almoçarmos, acomodados no ônibus do City Tour, começamos pela maior relíquia do período inca, o Qoricancha (a história do templo e detalhes da construção estão disponíveis na internet). Nossa visita foi interrompida por uma tempestade que deixou o pátio interno coberto de granizo. Depois da chuva, ficou muito frio e úmido.

Não visitamos o Museu do Sitio Qoricancha, que fica no subterrâneo do jardim externo e expõe artefatos encontrados durante as escavações. Aberto de 2ª a sáb: 9h-18h - ingresso: incluído no boleto turístico
Nossa programação incluía outros sítios: Sacsayhuaman, Qemqo, Pucapucara e Tambomachay. Mas foi prejudicada pela chuva, o frio intenso e o soroche que nos mantinha sem disposição para caminhadas e principalmente, subidas. Optamos por ficar dentro do ônibus. Chegamos ao hotel exaustos e meu marido teve muita taquicardia. Pensamos em procurar o médico na manhã seguinte.
No dia seguinte, comentamos o ocorrido com a nossa anfitriã que nos servia o cafe na manhã, e ela nos explicou que nem todos reagem bem aos efeitos do chá de coca e que neste caso, o melhor seria tomar chá de muña, a menta peruana e cortar a cafeína. Seguimos o conselho ditado pela experiencia dela. A taquicardia melhorou, mas o cansaço e o peso nas pernas continuavam intensos.
A van passou as 7:00 para nos levar ao Valle Sagrado de los Incas, nome fantasia do belo Vale de Urubamba, que se estende ao longo do rio Urubamba de Pisaq, ao sul, a Ollantaytambo, ao norte, formando um quase-triângulo com Cusco.
Visitamos as ruinas de Pisac, Urubamba, Ollantaytambo, Chinchero, Moray e as salinas de Maras e encerramos o dia em Pisaq. O dia foi ensolarado. Continuávamos sem disposição para enfrentar grandes subidas e degraus. Algumas pessoas não regressaram a Cusco, seguiriam viagem para o Pueblo de Machu Picchu a partir de Ollantaytambo, no trem da INCARAIL que partiria as 19:27HS.
Em Chinchero, visitamos uma família que ainda trabalha a lã da Alpaca a moda dos seus antepassados. Lavam, tingem e tecem casacos e outros vestuários típicos no Peru. Comprei uma blusa por S$150 soles, achando ser raridade e depois encontrei outras iguais em diversas lojas por preço menor. O soroche tinha me deixou dispersa e desinteressada das vitrines quando estive na Praça das Armas, se estivesse ligada teria visto os modelos e preços de lá antes de sair comprando.
A última parada foi na cidadela inca de Pisaq, estrategicamente posicionada num caminho inca que liga Cusco à selva amazônica, controlando o acesso ao Vale Sagrado. Vimos primeiro os terraços agrícolas (antigamente, irrigados) meticulosamente construídos para aproveitar melhor a fertilidade do terreno e conter a erosão das encostas. O sistema é usado até hoje pelas famílias que possuem terraços nas encostas para cultivar milho e batatas.
Quem estiver disposto a fazer compras, faça sua visita num domingo, quando funciona em Pisaq o maior mercado do Vale Sagrado, coincidindo com a missa mais importante da semana. As barracas de artesanato, produtos e comida irradiam a partir da praça central pelas ruas transversais. Terça e quinta são dias de mercado secundário. Nos outros dias da semana as barracas de artesanato continuam funcionando para proveito dos turistas. A imensa maioria do que está à venda é de artesanato feito em série e não difere do que você encontra em Cusco, Ollanta ou Águas Calientes.
Na segunda feira ficamos em Cusco, comemos uma bela lasanha no almoço e caminhamos até cansar pela cidade, entramos num taxi e fomos conhecer o Mercado de San Pedro. Tem artesanato local a bons preços, frutas, verduras, carnes, chás para todo tipo de males, comidas e bebidas. A noite fechei as malas para deixar guardadas no hotel até voltarmos de Machu Picchu.
Enfim, chegou o dia 22, quando partimos para o Pueblo de Machu Picchu (antiga Águas Calientes). Descer 1.360 metros de altitude nos fez muito bem, os sintomas do soroche passaram.
A van foi nos buscar no hotel pontualmente as 8:30. Seguimos viagem até Ollantaytambo, onde partimos no trem da INCARAIL das 11:15 para o Pueblo de Machu Picchu.
Depois de fazer check-in no Hotel Paititi, perambulamos pela cidade. Almoçamos em um restaurante próximo ao hotel, bastante caro como todos os outros que ficam próximo da estação de trem. No dia seguinte descobrimos vários restaurantes servindo menu turístico por 15 soles na calle Pachacutec, paralela à avenida na beira do rio. O povoado não lembra mais aquele que conheci em 2009, cresceu e se desenvolveu. Tem quadra de esporte gigante, feira de artesanato próximo da estação, todas as ruas pavimentadas, muitos hotéis e restaurantes.
Quem tiver ido por conta própria, aproveite para comprar as passagens no ônibus para Machu Picchu no dia seguinte, lembrando que deverá ir para a fila do ônibus entre 90 e 60 minutos antes do horário de entrada em Machu Picchu. As passagens são vendidas no quiosque da Consettur no ponto inicial/final do ônibus, no entroncamento das duas "avenidas" do povoado, a Hermano Aydar e a Imperio de los Incas. Cada trecho custa 12 dólares; compre a ida e a volta (24 dólares). Ideal e pagar em dólar, pois o câmbio para pagar em soles e bem ruinzinho. Não é possível comprar ingresso no próprio parque. Compre com antecedência no site oficial ou no posto do Ministério da Cultura, no início do calçadão da Pachakutek, junto à praça Manco Capac, das 5h20 às 20h45. Para entrar no ônibus, além da passagem, você precisa apresentar um ingresso para o parque válido para o dia.
No dia seguinte, às 8:30 nos juntamos ao grupo Lula (mera coincidência) na praça Church para entrarmos juntos na fila do ônibus para as ruinas de Machu Picchu.

A viagem até as ruínas é rápida. O ônibus segue pela estrada na encosta da montanha, sinuosa e estreita, até o topo. A visita guiada foi realizada pelo trajeto 01, mais completo, e o único que leva até o promontório de 240 metros de altura de onde se tem a vista clássica (e mágica) da cidadela.

Marquei o retorno para um dia depois do retorno à Cusco. O trem para Ollantaytambo parte as 19:00, e de lá até Cusco ainda tem a van. Chegamos ao hotel era quase meia noite e ter que sair para o aeroporto às 3h da mesmo noite para iniciar a viagem para Brasília com duas conexões, sem ter dormido na noite anterior, é cruel.
No nosso último dia em Cusco, comprei um tecido bem típico do Peru para fazer um jogo americano para minha cozinha, e fomos visitar a Catedral de Cusco, que reina impávida na Plaza de Armas. Podem ser vistas na Catedral influências góticas, maneiristas, barrocas e arquitetura do renascimento. Se destaca um Jesus Cristo que se amorenou devido à fumaça das velas votivas e o quadro da Última Ceia, exposto próximo a sala da prataria e a descida para a cripta, em que Jesus e os apóstolos fazem uma refeição andina, com cuy (porquinho-da-índia), rocoto (pimentão recheado) e mamão-papaia. Aberto diariamente de 10h-18h - ingressos custam 25 soles.
No almoço nos despedimos do frango assado com batata frita, e seguimos em outro city tour num ônibus aberto pelos arredores da cidade até o Cristo Blanco, um mirante com um Cristo Redentor meio sem graça e paradas em muitas lojas.
Não tivemos tempo para ir até o alto de San Blas, para visitar o MAP que é a filial cusqueña do museu Larco de Lima. Aberto diariamente de 8h-22h - ingressos custam 20 soles.
Antes de me deitar deixei as malas prontas. Nosso voo para Lima partiria de Cusco às 5h30. As 3h já estava de pé e nossa anfitriã a postos para se despedir e nos entregar o lanche para comermos no aeroporto, enquanto esperávamos o embarque. Um costume dela que resume o imenso carinho e atenção com que nos recebeu.
Antes de sair do hotel, recebemos a mensagem da LATAN informando que o aeroporto esta fechado e que nosso voo sairia 01 hora mais tarde com destino à Santiago do Chile e de lá para Porto Alegre e depois Brasilia. Chegamos em casa mais de 10 da noite, exaustos.
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