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Trilha Inca - Machu Picchu

  • Foto do escritor: Marcia Diniz
    Marcia Diniz
  • 26 de out. de 2023
  • 11 min de leitura

Atualizado: 24 de mai. de 2024


A trilha Inca até Machu Picchu é a mais icônica da América do Sul - desafiadora e de beleza singular.


Eu e duas amigas chegamos a Cusco no dia 28/08/2023. Iriamos para a trilha Inca no dia 03/09. Precisávamos nos acostumar com a elevada altitude antes de começar a trilha.


Ficamos no Hotel Royal Qosqo, no coração da cidade, a menos de 1 km da Praça das Armas e muitos bares na vizinhança, prédio antigo, quartos amplos de frente para o pátio interno isolado do barulho externo, cama confortável e ducha com muita água quente e, o melhor, U$ 200 dólares por 6 diárias para 3 pessoas com café da manha continental.



Minha cabeça estava um pouco zonza devido a altitude - 3400 metros acima do nível do mar é muito se comparado aos 900 metros onde vivo. A recomendação medica eram movimentos lentos e repouso até aclimatação do nosso corpo. Nada de bebida alcoólica.


Deixamos as malas e fomos em busca de um restaurante - o motorista do táxi nos recomendou o Andean Grill Restaurante. Escolhemos truta - comida muito boa e preço compatível com o ambiente refinado.



Circulamos um pouco pela Praça das Armas, juntamos as ultimas moedas de soles para comprar água (pequenos comércios não aceitam pagamento em outra moeda) e retornamos ao hotel para descansar e dormir mais cedo.


No segundo dia fomos em busca de lojas de cambio para comprar soles e encontramos as seguintes cotações: 1 real = $0,71 soles, 1 dólar = $3,65 soles e 1 EURO = $4,05 soles.


Em seguida, fomos a uma agencia de turismo para contratar os passeios: Vale Sagrado, Laguna Humantay e Montanha colorida. Precisávamos testar nossa resistência nas caminhadas em altitudes elevadas


O motorista do taxi havia nos oferecido os passeios por $130 soles, deixando por $100 soles porque éramos 3 pessoas. Decidimos pesquisar primeiro. Contratamos em uma agencia da Praça das Armas, cada passeio por $80 soles, com almoço e café da manha. Compramos também o Bilhete Turístico para entrada em 16 atrações turísticas por $130 soles.


Proximo compromisso era ir na Agencia Machupicchu Terra. Queriamos nos certificar de que estava tudo certo com o pacote para Inka Trail que contratamos, pela internet, e pagamos 695 dolares. Aproveitamos e contratamos o servico de porteador para levar 15 kilos de nossa bagagem por 270 dolares. Queríamos seguir com a mochila leve.


No caminho paramos para tirar a foto mais repetida em Cusco - segurando uma llama.




A cidade de Cusco e muito bonita, muita gente nas ruas . Muitas lojas vendendo souvenirs e artigos de la de alpaca.




Almoçamos no restaurante "A Mi Manera" . Atendimento impecável e a comida saborosíssima servida em porções minúsculas e preço elevado.




Aproveitamos a tarde para conhecer o Museu de Arte Contemporâneo e Museu Histórico Nacional - imperdíveis - entrada liberada com apresentação do Bilhete Turístico.


Terceiro dia na Trilha Inca - Vale Sagrado dos Incas


Acordamos bem cedo e as 6:45 já estávamos na van da agencia de turismo em direção ao Vale Sagrado dos Incas. Começamos a visita por Chincheros - altitude de 3.760 metros. A entrada foi liberada com apresentação do Bilhete Turístico adquirido em Cusco.


Tínhamos um proposito de não comer nada vendido na rua para evitar problemas intestinais e estomacais.... abrimos um exceção para um milho amarelo de grãos bem grandes, cozido sem sal.


Subimos por vários terraços, acompanhando o desnível do terreno, até chegar à igreja Virgem da Natividade, a praça central e várias construções do período colonial feitas em adobe que tem suas fundações datadas do período Inca, início dos anos 1600.


Na praça central funciona uma feira permanente de artesanatos, onde várias mulheres vestidas à caráter vendem seus produtos de lã de alpaca, Uma curiosidade local está no telhado das casas que tem uma cruz e dois búfalos - a cruz representa a religião cristã e que aquela família está protegida e o par de búfalos simboliza força e proteção para a casa. Mulheres locais vendem miniaturas dos búfalos aos pares para os turistas. Os nativos falam Quechua, o dialeto oficial dos Incas.



Visitamos uma confecção local para conhecer o processo de tingimento e fiação da lã de alpaca para tecer as pecas de vestuário.



De Chinchero seguimos para o Sítio Arqueológico de Moray - altitude de 3.500 metros, onde passamos pouco tempo observando a região, não descemos até o centro.


As teorias sobre o que os terraços agrícolas feitos durante o império Inca, em formato circular representavam são as mais diversas possíveis, incluindo uma que diz que Moray era um grande anfiteatro. A teoria mais viável é que a região representava um tipo de estação de desenvolvimento de agricultura, uma espécie de laboratório agrícola. Lá os Incas testavam sementes, colheitas e o solo. Cada nível de Moray possuí seu próprio microclima, com diferenças de mais de 1 grau de temperatura entre elas..


Próxima parada nas Salineras de Maras, O ingresso foi pago na hora, custou $10 soles.





São cerca de 4 mil “poças” de sal cristalizado originário de uma fonte de água subterrânea. Cada poça produz cerca de 300 quilos de sal por mês e cada família de Maras é responsável pela manutenção e extração de 40 poças. O processo de extração de sal é artesanal. A água evapora, sobrando o sal que é retirado em bacias e colocado em sacas. Existem diversos tipos/cores de sal que são vendidos e até exportados para uso tanto na gastronomia quando em terapias medicinais.


Almoçamos em Urubamba e partimos para Ollantaytambo - cidade Inca mais bem preservada do Peru - localizada a 2.792 metros de altitude, 80 km de Cusco.



Diz a lenda que é possível ver o deus invisível deles, chamado Viracocha, na montanha Pinkuylluna, que fica de frente para as ruínas de Ollantaytambo. O rosto está bem visível na encosta assim como os dois armazéns responsáveis por abastecer a cidade durante o império Inca, eles são chamados também de Qullqa ou Colca. Os armazéns ainda estão intactos no alto da montanha e mostram como os Incas criaram uma solução inovadora para o problema do armazenamento de alimentos. Por conta da altitude, das correntes de ventos e das baixas temperaturas, os armazéns mantinham os alimentos nas condições ideias para permanecerem frescos por muito mais tempo. É possível chegar aos armazéns através de uma trilha. Numa próxima viagem, vou dedicar mais tempo para estar em Ollantaytambo e subir a montanha.





A ultima parada, visitamos o sitio arqueológico de Pisac, onde as montanhas ficam douradas no por do sol.







Na cidade, visitamos uma fabrica de joias e adereços em prata e pedras naturais. Se tivéssemos chegado mais cedo, teríamos visto a praça central de Pisac, com seus artesanatos e produtos agrícolas à venda num lugar colorido e divertido para se apreciar a cultura e os costumes locais.


Retornamos ao hotel para o descanso necessário.


Quarto dia - Laguna de Humantay


Saímos do hotel as 4:30 para a Laguna localizada a 130 km de Cusco, no povoado de Soraypampa.


No ingresso são cobrados $20 soles, pagos em dinheiro, na moeda local.

Do ponto de parada da van até a laguna são umas 2 horas de caminhada pela encosta da montanha com muitas pedras soltas e desnível de 350 metros. Entretanto, o que dificulta mais é a altitude que começa em 3.850 metros acima do nível do mar e alcança 4.200 metros na laguna, mas vale todo o esforço. Caso não queira encarar a íngreme subida, existe a opção de alugar um cavalo por $80 soles. O dono do animal acompanha puxando pela rédea.


A laguna é formada pelo degelo das montanhas que estão ao seu redor, na chamada Cordilheira Branca, aos pés da Montanha Salkantay, uma das mais altas do Peru. A água esmeralda e o glacial imponente juntos em uma harmonia impecável na paisagem incrível.





Chegamos em Cusco ao anoitecer. A Praça das Armas toda iluminada e muita gente circulando. Rumamos ao hotel para descansar.


Quinto dia - Montanha Colorida


A Montanha Colorida, também conhecida como Vinicunca esta a 5.036 metros de altitude e é formada por várias camadas de sedimentos de minerais, como um arco-íris.




É um dos lugares onde toda a jornada é tão impressionante quanto o destino. Llamas, cavalos e alpacas estão espalhados por toda parte. Os habitantes locais vivem quase da mesma forma que há 200 anos atrás.


Foi preciso contratar uma empresa de turismo com licença para acessar o sitio. O ingresso, no valor de $20 soles, é pago na barreira de controle do povoado. Saímos do hotel às 4:30 da manhã e retornamos ao anoitecer.


Dia de muitas emoções. Fui num cavalo desde o ponto de parada da van até o pé da montanha. Foi um passeio especial, com muitas lembranças da minha infância. Meu pai me levava para andar a cavalo, seguia na frente puxando a rédea e eu me sentindo muito crescida e importante em cima da cela com meus 4 ou 5 anos de idade.





Quinto dia - preparando para a Trilha Inca


Dia seguinte era sábado, antes de sair arrumamos a mala que ficaria guardada no hotel e as mochilas para a aventura mais importante que começaria no domingo - a Trilha Inca.


Fomos ao Mercado São Pedro e depois almoçamos na tradicional pikanteria La Cusquenita. Comemos uma variedade de carnes assadas e milhos, incluindo o famoso cuy (porquinho-da-india peruano) que não gostamos, pouca carne e couro duro.


A noite recebemos a visita do Hector Conohuillca, proprietário da agencia https://nworld-expeditions.com/, operadora da Trilha Inca, e que seria o líder da expedição até Machu Picchu. Muito atencioso, esclareceu nossas dúvidas e afastou nossos temores em encarar a trilha mais difícil do Peru.


Sexto dia - partida para 04 dias de caminhada na TRILHA INCA


Domingo, 4:30 já estávamos a postos na recepção do Hotel a espera do guia. Iríamos numa van até o KM 82 para iniciar o trekking. Éramos um grupo de 12 pessoas entre brasileiros, colombianos e argentinos.


Em Piskacucho, km 82, registramos nossa entrada no posto de controle de acesso ao Valle Sagrado e iniciamos a caminhada às 9:00 horas. A chuva nos acompanhou parte do dia. Depois de cruzar o Rio Urubamba, começaríamos a lendária Trilha Inca, naquele ponto com 2.720 metros de altitude.




Atravessamos o rio e seguimos o seu curso numa marcha tranquila por uma trilha de terreno batido e liso, com paisagem magnifica. Nas paradas para descanso, os guias nos contaram detalhadamente a historia dos povos Incas e suas tradições. Passamos diante da cordilheira Urubamba que divide a selva, a Cordilheira dos Andes e o belo pico coberto de neve de Veronica com 5.860 metros de altitude.



Foram 12 km até o parque de campismo, próximo da aldeia de Huayllabamba a 3.000 metros de altitude. Chegamos ás 17:00 horas e as barracas já estavam montadas e a mesa posta para o jantar.





A expedição contava com apoio de 16 porteadores, 01 cozinheiro e 02 guias: Hector Conohuillca e Dario Quispe, todos de origem Inca, falando Quechua entre eles.



O segundo dia começou as 4:00 da madrugada. Acordamos e recebemos a caneca do chá de coca servido na barraca. Arrumamos as mochilas para despachar pelo porteador e seguimos para o café da manha.


Ainda estava escuro quando saímos para a trilha.




Demoramos quase 11 horas para caminhar 10 km. Subimos 1.200 metros até o cume Warmihuañusca a 4.200 metros de altitude e logo seguimos numa descida muito íngreme até o local do acampamento, a 3.600 metros de altitude. Cheguei exausta e fui direto para a barraca, dormi sem jantar.


A trilha toda com pedras formando degraus irregulares, tanto na altura quanto na largura. Foi a parte mais difícil do caminho.








No terceiro dia começamos cedo novamente. Acordamos às 3:30 da manhã, tomamos café e iniciamos a subida até 3.800 metros de altitude e depois a descida em direção ao sítio arqueológico de Phuyupatamarca, que significa "Aldeia nas Nuvens" a 3.680 metros de altitude.




Continuamos a descer as escadas através da floresta até o local do nosso almoço e depois continuamos descendo até o sítio inca de Intipata e seguimos para o nosso último acampamento chamado Wiñay Wayna a 2.680 metros de altitude. Foram 13 horas de caminhada para percorrer 13,46 km.





Intipata era um posto de controle onde se cultivavam nos socalcos diversos produtos agrícolas como batata, milho, oca, quinua e até a famosa folha de coca.


Seu nome vem de duas palavras em quíchua ‘Inti’ e ‘Pata’: a primeira significa ‘Sol’, enquanto a segunda significa ‘Lugar ou terraço’. Em outras palavras, seu nome significa ‘Lugar do sol’ ou ‘Terraço do sol’.


Por estar localizado no topo de uma montanha, também servia como posto de controle e vigilância. De lá se pode ver os caminhantes que viajam em direção à cidade inca de Machu Picchu.


No 4º dia acordamos às 3:00 da madrugada e desocupamos as barracas. Os porteadores tinham pressa de desmontar o acampamento e voltar para casa.


Cada um recebeu um kit com lanche. As 4:20 hs, começarmos a parte final da mais icônica trilha da América do Sul.



Chegamos na Porta do Sol, também conhecida como Inti Punku, às 7:40 da manhã.



Ficamos ali parados um tempo, deslumbrados com a visão da majestosa Cidadela de Machu Picchu, parcialmente encoberta pelas nuvens.





Finalmente, descemos a colina em direção à cidadela. Entramos em Machu Picchu pela porta da "Casa dos Guardiões".


Em primeiro plano, a cidadela de Machupichu, ao fundo a montanha Huayna Picchu




Dirigimo-nos ao ponto de controle para registrar nossa chegada e guardar as mochilas e os bastões de caminhada. Só é permitido levar pequenos sacos para máquinas fotográficas, casacos e agua. Os bastões de caminhada não são permitidos porque podem danificar as pedras.


O nosso guia nos levou para uma visita completa por cerca de duas horas. Estávamos cansados e desanimados. Vimos as partes mais importantes de Machu Picchu: o Templo do Sol, o Templo do Condor, o Templo das Três Janelas, o Disco Solar, a Pedreira e a Casa do Inca. Machu Picchu está dividida em três setores: agrícola, residencial e religioso.


Aqueles que reservaram com antecedência as caminhadas extras para Huayna Picchu ou Machu Picchu Mountain seguiram por conta própria e os demais, após o tour, seguiram no ônibus para Aguas Calientes. Almoçamos e corremos para a estação, nosso trem partiria em alguns minutos.


Os trens levam de volta a Ollantaytambo, seguindo o espetacular rio Urubamba. Perto de Aguas Calientes, o desfiladeiro é estreito e o rio tem muitas secções bonitas de água branca. Também é possível ver Wiñay Wayna se olhar para o alto da parede íngreme do desfiladeiro. De Ollantaytambo, seguimos de ônibus para a rodoviária de Cusco e de lá num taxi ate o hotel.


O cansaço bateu forte, o banho quente foi benfazejo e a cama quente e macia nos proporcionou o sono reparador.


Ficamos mais 02 dias em Cusco, compramos algumas coisas bonita, tomamos vinho e pisco e jantamos maravilhosamente,




O que é importante levar nesta viagem além de umas roupinhas para passear? Uma mochila de ataque para levar agua, casaco, lanche e capa de chuva nos passeios em Cusco antes da trilha; uma sacola de nylon bem leve para colocar as coisas que vai entregar ao porteador para levar e uma mochila para levar com o que vai necessitar durante a caminhada.


Nos acampamentos os banheiros sao bem rústicos e o banho muito frio. Nao tem como lavar roupas. Eu preferi tomar banho com lenços umedecidos e trocar apenas a roupa intima. Caminhei com a mesma calça durante os 4 dias e troquei a blusa 2 vezes.


. Mochila de trekking até 40L

• 1 segunda pele térmica para dormir (calça e blusa)

. 1 par meias lã merino dormir

• 1 camisa de trekking

. 1 camiseta manga curta para a chegada em Machupichu (estava muito quente)

• 1 casaco de fleece/pluma

. 1 corta vento

. 2 capas chuva descartáveis

• 1 touca de lã

. 1 toalha de banho secagem rápida

. Papel higiênico/ lenços umedecidos

. Biquíni para banho na aguas termal

. Cadeado pequeno

• 1 crocs/chinelo

• 1 par de luvas lã

• 1 camel back ou garrafas para pelo menos 2 litros de agua

• 3 bandanas

. 1 lanterna de cabeça com pilhas extras - muito necessária - saímos para a trilha antes do amanhecer

. 1 saco de dormir que aguente zero graus - faz muito frio nos acampamentos. As agencias alugam sacos adequados.

. Barraca e o colchonete foram fornecidos pela agencia

. Travesseiro inflável (eu não levei e usei a mochila para apoiar a cabeça)

. Protetor solar facial e labial

. Kit higiene

• Kit primeiros socorros e medicamentos

. Roupa intima

. Bateria recarregar celular

. Celular

. Passaporte/dinheiro (levamos 150 soles para gratificar o pessoal do apoio (porteadores e cozinheiro) no final da trilha)



Vestindo

• 1 calça de trekking

• 1 camisas de trekking

• 2 pares de meia linear/lã merino

. 1 caneleira (muito bom para usar com chuva)

• 1 bota de trekking impermeável

• 1 par de luvas trekking

• 1 par de bastão de caminhada com pontrira de borracha (muito importante levar)

• 1 chapéu

• 1 bandana

. 1 óculos de sol

. Protetor solar facial e labial

. Roupa intima





 
 
 

1 Comment


Roselia Maria
Roselia Maria
Oct 29, 2023

Perfeito, amiga, você cobriu bem toda nossa aventura em Cusco! Destaco que os peruanos são atenciosos com os brasileiros e a culinária é rica e diversificada.

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