Cidades Históricas de Minas Gerais - dicas e roteiro
- Marcia Diniz
- 24 de jul. de 2019
- 4 min de leitura
Atualizado: 20 de mai. de 2023
O dia 21/DEZ foi meu último dia de trabalho depois de 36 anos e enfim, estávamos, eu e meu marido, livres para conhecer alguns dos lugares mais bonitos da terra.
Nossa primeira viagem foi para cidades históricas mineiras. Partimos no dia 29/DEZ pela estrada BR040, sem previsão de data para voltar.
Escolhemos como primeira parada a cidade de Sete Lagoas, próxima à capital mineira. Escolhemos no Booking um hotel próximo à entrada da cidade, que tem como referência o posto da Policia rodoviária na BR040. O Hotel San Diego Suítes Veredas Sete Lagoas, recém construído e atendimento ótimo.
1. CORDISBURGO
Nosso primeiro passeio foi uma visita a Gruta de Maquiné, descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné. A partir de 1834 a gruta foi explorada cientificamente por Peter Wilhelm Lund, um naturalista dinamarquês. A área aberta para visitação possui sete salões com belíssimas formas arquitetônicas, esculpidas pelo trabalho da água durante milênios. A entrada é gratuita para crianças até 05 anos e estudantes e idosos pagam meia entrada adquirida no local. É proibida a entrada calçando sandálias de dedo e chinelos.

Na volta, almoçamos no restaurante Sarapalha (próximo da saída de Cordisburgo para a gruta), onde comemos a melhor comida mineira da viagem
Tivemos um imprevisto que nos segurou em Sete Lagoas por três dias (feriados de ano novo). Tive uma infecção urinaria que me obrigou a procurar o hospital e tomar antibióticos.
2. OURO PRETO
No dia 03/01 seguimos viagem para Ouro Preto. Logo na chegada fomos cercados pelos guias locais que indicavam pousadas e restaurantes. Recusamos as indicações por serem muito distantes da praça e instalações ruins. Resolvemos almoças e procurar nas Pousadas próximas da Praça Tiradentes. Encontramos um quarto vago na Pousada Mondego, com estacionamento, muito charmosa e confortável e com café da manhã delicioso.
A principal cidade histórica de Minas Gerais dispensa apresentações e convida os visitantes a percorrer suas ruas de pedra e admirar a arquitetura preservada, visitar museus e igrejas com seus interiores banhados a ouro.
Visitamos o Museu da Inconfidência, inaugurado em 1944 na antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, edificado em 1785 - 1846. O acervo reúne objetos e importantes documentos da Inconfidência Mineira, mobiliário e utensílios portugueses de época, retratos imperiais e reais e os restos mortais de alguns dos inconfidentes. No andar superior, bela coleção de arte sacra dos séculos XVIII e XIX. Duas salas são dedicadas a esculturas de Aleijadinho e pinturas de Ataíde.
Jantamos no restaurante O Passo Pizza Jazz. Cardápio sofisticado, comida mediana e preços elevados.
Ouro Preto possui 14 igrejas e somente 5 estão abertas para visitação, as demais estão fechadas, algumas com risco de desabamento, todas aguardam pela restauração. Entre uma atração e outra, pausa para um picolé de frutas naturais na praça Tiradentes, com destaque para os de pequi, jabuticaba e milho verde.
No segundo dia contratamos um passeio numa jardineira dos anos 50 que nos levou a conhecer os principais pontos turísticos que ficam afastados da praça central.
- A magnifica Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, que guarda 400 kg de ouro e possui seis altares laterais e um Museu de Arte Sacra.
- A Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões, concluída em 1772, se destaca na paisagem e está fechada para reforma.
- Igreja de São Francisco, obra prima de Aleijadinho e considerada a principal obra da arquitetura colonial mineira está fechada para reforma.
- A Igreja das Mercês de Cima, construção foi iniciada em 1773, era frequentada pelos negros, onde o guia chamou atenção para as conchas e búzios esculpidos nos altares dos santos numa referência ao sincretismo religioso.
- O passeio incluiu uma visita ao interior da Mina de Ouro do Veloso (onde não tive coragem de entrar) e ao morro com vista panorâmica da cidade.
3. MARIANA – CONGONHAS – SÃO JOAO DEL REI
No dia 05/JAN seguimos viagem para Mariana. Lá visitamos na Praça Minas Gerais, a Igreja N S do Carmo, totalmente restaurada depois do incêndio ocorrido em 1999. Ao lado, a Igreja São Francisco de Assis, fechada com risco de desabamento. Do outro lado da praça, a Câmara dos Vereadores e a antiga cadeia.
Destaca-se no centro da praça, o pelourinho preservando as algemas utilizados no suplicio dos negros escravizados e os ornamentos da época: os símbolos da justiça e da coroa real.

Em Congonhas visitamos o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos com as estátuas dos 12 profetas em pedra-sabão, esculpidas por Aleijadinho para ornamentar o pátio de acesso ao santuário.
Seguimos pela estrada real até São João Del Rei. Escolhemos o Hotel Lenheiros, em frente à estação, pois tínhamos a intenção de ir até Tiradentes no Trem Maria Fumaça no dia seguinte.
A viagem foi muito agradável, belas paisagens. Andamos pela cidade e visitamos várias lojas de artesanato.
4. BRUMADINHO
Antes de deixar São Joao Del Rei visitamos a Igreja Matriz onde se encontram sepultados os restos mortais do ex presidente Tancredo Neves ao lado da esposa. Tumulo simples coberto em mármore preto com inscrição de nome e datas.
Seguimos para Brumadinho, cidade dormitório dos que visitam o Instituto Inhotim agora, mundialmente conhecida depois da tragédia do rompimento da barragem. Logo na chegada encontramos a Pousada da Dona Carmita, bangalôs muito confortáveis e café da manhã muito bom.
Inhotim é um museu a céu aberto que abriga obras de artistas de muitos países, organizadas em galerias modernas emolduradas por belos jardins planejados e lagos. Entre os nomes de destaque que têm peças ali estão Cildo Meireles, Jarbas Lopes, Hélio Oiticica, Adriana Varejão, Chris Burden e Matthew Barney.
Compramos o passe para o transporte interno e iniciamos o trajeto seguindo a linha amarela do folheto fornecido para guiar a visita, depois passamos para a linha rosa utilizando o transporte até o pavilhão do Som da Terra. Retornamos até a recepção e seguimos pela linha laranja. Visitamos a maioria das Galerias e obras de arte que encontramos nos trajetos. Os belos jardins se destacaram todo o tempo.
No final do dia, cansados de muito andar, partimos para Sabará, enfrentando o trânsito intenso da região metropolitana de BH. Na metade do caminho, nos convencemos que deveríamos ter dormido em Brumadinho e seguido viagem na manhã seguinte. Em Sabará, encontramos a Pousada Villa Real, no centro da cidade.
5. SABARÁ
Encontramos uma cidade que conservou suas tradições e patrimônio cultural. Visitamos a Igreja de N. S. do Carmo e o cemitério antigo. O zelador da igreja nos entregou a chave do cemitério para abrirmos o portão e entrar.
Retornamos a Brasília com a certeza de que precisamos voltar para visitar novamente Ouro Preto, Congonhas, Mariana e Tiradentes e seguir pela Estrada Real até Paraty.
Comments